Morreu nesta quarta-feira (14), aos 95 anos, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito da Arquidiocese de São Paulo. Ele estava internado no Hospital Santa Catarina em decorrência de uma broncopneumonia.
D. Paulo foi internado no dia 28 de novembro para tratar de problemas pulmonares. Com o passar do dia o estado de saúde piorou e ele teve de ir para a UTI por causa de dificuldades na função renal. O velório de D. Paulo será na Catedral da Sé, no Centro de São Paulo, e deve durar 48 horas. Ele deve ser sepultado na cripta da catedral.
O comunicado da morte de Anrs foi feito em nota divulgada pela Arquidiocese de São Paulo. O arcebispo metropolitano, Dom Odilo Scherer, afirmou em nota que Arns “entregou sua vida a Deus, depois de tê-la dedicado generosamente aos irmãos neste mundo”.
Filho de imigrantes alemães, Dom Paulo nasceu em 1921 em Forquilhinha, no interior Santa Catarina. Após ser ordenado sacerdote em 1945, foi estudar na Sorbonne, em Paris. Lá, licenciou-se em Letras, com ênfase em estudos brasileiros, latinos, gregos e história antiga. Ao longo da vida, foi chamado de cardeal da liberdade, bispo dos oprimidos, cardeal dos trabalhadores, bispo dos presos, bom pastor, cardeal da cidadania, guardião dos direitos humanos e tantos outros. Quando lhe perguntaram como gostaria de ser lembrado, deu uma resposta singela: “amigo do povo”. Como padre, bispo e cardeal, lutou pela liberdade, ficou ao lado dos trabalhadores e dos oprimidos, combateu em defesa dos direitos humanos, mas foi, sobretudo, exatamente como gostaria de ser lembrado, um amigo do povo.
Dentro da igreja católica, Dom Paulo atuou na criação da Comissão Justiça e Paz de São Paulo e incentivou as pastorais Operária e da Moradia. Com o apoio da irmã, Zilda Arns, que morreu no Haiti, durante o terremoto de 2010, criou também a pastoral da Infância.
Dom Paulo ocupou o posto de arcebispo Metropolitano de São Paulo entre 1970 e 1998. Em março de 1973, Dom Paulo presidiu a “Celebração da Esperança”, em memória de Alexandre Vannucchi Leme, estudante universitário morto pela ditadura.
Dom Paulo também teve participação efetiva no projeto Brasil Nunca Mais. Ele também foi uma das vozes das Diretas Já.