Maravilha! Vou repassar, quem sabe teremos ecos sem críticas partidárias.
MINISTÉRIO DA SEGURANÇA NACIONAL?
Geraldo Melo
(Artigo publicado na TRIBUNA DO NORTE no dia 15/01/2016)
Um grupo de deputados federais está defendendo a criação de mais um Ministério, o da Segurança Nacional, do qual entendo que não precisamos.
A proposta consistiria na transformação da Secretaria Nacional de Segurança Pública em Ministério. Qual seria a principal vantagem? O atual Secretário falaria — principalmente com os governadores de Estado – ocupando uma posição de maior força, pois seria Ministro e não Secretário. Ora, ora, ora.
O que faz falta aos brasileiros, na calamitosa situação de total insegurança com que todos convivemos, não é mais um Ministro na Esplanada dos Ministérios.
O que nos falta é uma decisão firme e resoluta do Presidente da República de instaurar uma política de segurança pública que seja corajosa e competente. Não interessa saber como é o nome do cargo da autoridade que comandará a execução dessa política. A força dessa autoridade não resultará de que tratem Sua Excelência como Ministro quando ele chegar nos lugares. É o poder que esteja em suas mãos. Sob o comando do Presidente da República, a execução pode ser de um Ministro, de dois ou de três. Ou de nenhum.
O necessário agora é tomar posição e parar de mandar “bola na trave”. Parar de chegar perto e sempre contornar o problema principal, que não é Lei Maria da Penha e nem mesmo construir presídios.
Se amanhã de manhã todos os maridos que ameaçam mulheres fossem para a cadeia e se todos os presídios oferecessem aos presos vagas de sobra em suítes individuais confortáveis, os brasileiros e brasileiras que querem apenas paz e tranquilidade para viver, amar, criar os filhos em seu próprio país continuariam aterrorizados com os assaltos, a violência, a crueldade dos marginais que estão hoje por toda parte.
O que é preciso mesmo é reconhecer que estamos em guerra. É colocar as tropas na rua. É proclamar que o Estado brasileiro está desafiado, insultado, desmoralizado por bandidos, e agir em consequência. É prestigiar os agentes de segurança, civis e militares, repudiando que continuem sendo tratados como se os bandidos fossem eles. É unificar as ações de inteligência, das Forças Armadas, das Polícias Federais, das Policias Estaduais Civis e Militares. É seguir o dinheiro e mapear o mercado, localizando e punindo receptadores de carros roubados, de celulares, de joias. É entrar com força em todos os presídios ao mesmo tempo e fazer uma faxina em regra, apreendendo celulares e armas de todos os tipos – da metralhadora à faca de mesa e à chave de fenda. É parar de tolerar a existência no país de territórios onde nem as forças de segurança podem entrar, porque os bandidos não permitem. É parar de admitir candidamente que facções criminosas dominam presídios, e de falar sobre o assunto como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.
Este é o cerne do problema: o Governo demonstrar claramente quem é que está no comando do país, dentro da Lei. Quem é que vai fazer o que for necessário para dar aos brasileiros e brasileiras o direito à segurança e à paz, mesmo que tenha que utilizar instrumentos que a Constituição instituiu para permitir a defesa do Estado em situações excepcionais.
Em resumo: isto é uma guerra, e a sociedade está perdendo a guerra. “Geraldo Melo”
