A professora potiguar Débora Seabra recebeu nesta segunda-feira (21) a Medalha Tiradentes, maior honraria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Considerada a primeira educadora com síndrome de Down do país, Débora foi alvo de comentários preconceituosos da desembargadora Marília Castro Neves, a mesma que compartilhou fake news sobre a vereadora Marielle Franco (PSOL), divulgou uma carta aberta para a magistrada e acabou recebendo uma pedindo desculpas após a repercussão.
“Recebo a homenagem com carinho e divido com as pessoas com síndrome de Down no Brasil. Sei que temos ainda muito trabalho pela frente para fazer inclusão com i maiúsculo. A inclusão que começa na família, depois na escola, no trabalho, com os amigos e na sociedade. A inclusão acontece mesmo quando a gente não permite que as pessoas nos discriminem”, discursou a professora.
A homenagem foi pleiteada pelo deputado estadual Jânio Mendes (PDT). A cerimônia realizada em uma sessão especial do Plenário Barbosa Lima Sobrinho contou com a presença de pesquisadores, gestores públicos, familiares de pessoas com deficiência e uma apresentação de um grupo de dançarinos com Down. Na ocasião do anúncio do recebimento da medalha, a mãe da professora, Margarida Seabra de Moura contou que a equipe do parlamentar contatou a família com o convite da solenidade, que a deixou “orgulhosa” pelo reconhecimento do trabalho da filha.
Débora Araújo foi personagem de uma reportagem do Fantástico, em 2013. Dos bancos escolares em Natal, no Rio Grande do Norte, onde nasceu, descobriu sua paixão: dar aulas. Formou-se e passou a lecionar no ensino fundamental. Em 2015, recebeu o Prêmio Darcy Ribeiro em Brasília. O prêmio é promovido pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados,A professora, que já atuou em duas peças e sonha se tornar escritora de fábulas inclusivas, respondeu em uma carta.
Fotos: Octacílio Barbosa/Alerj
