Mais de 150 perguntas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) respondidas em quatro horas de evento. Plateia e palestrantes falando uma mesma língua: a busca por uma melhor qualidade de vida para os pacientes com autismo. Assim, terminou o 1º Vivenciar – uma compreensão cientifica sobre autismo, que foi realizado no último sábado (9), no Hotel Vila do Mar. O evento marcou o primeiro ano de atuação da Focus Intervenção no mercado potiguar e trouxe a Natal uma proposta diferente, promovendo interação entre plateia e convidados.
A análise do comportamento aplicada, ou ABA (Applied Behavior Analysis, na sigla em inglês), abordagem da psicologia que é usada para a compreensão do comportamento e vem sendo amplamente utilizada no atendimento a pessoas com autismo foi um dos temas mais discutidos durante o evento. Ainda em fase de descoberta no Brasil, a abordagem foi amplamente discutida.
Segundo a Analista do Comportamento, Meca Andrade, nos Estados Unidos os pais foram que impulsionaram o ABA. De lá, a abordagem foi disseminada para o mundo. “É importante frisar que o ABA é uma abordagem, é uma forma de trabalhar, que reúne uma série de técnicas, as quais mudam de acordo com a evolução da ciência. Nos últimos 20 anos tem crescido a aceitação do ABA no mundo, com base nos resultados alcançados. Nem todo mundo pode trabalhar com ABA. Para ser analista do comportamento é preciso se qualificar, viabilizar um serviço de qualidade”, frisou.
Para ser analista do comportamento é necessário se especializar. Psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, todos podem atuar na área. Temas como sexualidade também foram discutidos no encontro. Saber como lidar com a questão com pacientes com TEA exige muito cuidado. Na área da educação, o direito de frequentar a escola de forma digna foi um tema muito abordado. Segundo a psicopedagoga, Sara Yoshikawa, a escola tem que estar preparada para receber esses alunos e a criança também precisa se sentir inserida para viver nesse universo.
Ansiedade é um dos grandes problemas enfrentadas pelos pacientes com TEA e o exercício físico pode ajudar muito para reduzir esses efeitos. “Depois do esforço físico temos melhoras grandes na forma de trabalhar. Tudo que a gente faz para a criança se mexer é positivo, porque as crianças autistas têm menos interesse em interagir, partir dela essa vontade é mais difícil. Quando rompemos essa barreira temos diversos ganhos”, frisou o profissional de educação física Daniel Souza.