O Rio Grande do Norte pode ter, em breve, a sua primeira ferramenta tecnológica para doações de leite materno. Trata-se de um aplicativo que propõe substituir processos manuais e facilitar a interação entre potenciais doadoras e receptoras, ações importantes especialmente durante campanhas de incentivo à amamentação, como a do “Agosto Dourado”.
O projeto é desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Potiguar (PPGB/UnP) e foi idealizado pela aluna de doutorado Luzia Clara Cunha Menezes. A pesquisadora analisou as atividades desenvolvidas no Hospital e Maternidade Divino Amor (HMDA), em Parnamirim (RN), e detectou a necessidade de modernizar os trâmites do banco de leite da unidade.
Assim como em outras unidades hospitalares, os processos atualmente utilizados para bancos de leite são manuais, com uso de comunicação por telefone em horário comercial, cadastro por meio de fichas impressas e controle em planilhas que não são eletrônicas. “Isso foi essencial para direcionar as oportunidades de melhorias evidenciadas e para obtermos impactos positivos nos processos de trabalho, no serviço oferecido e, consequentemente, na quantidade e qualidade de leite doado”, explica a pesquisadora, que iniciou o projeto em junho de 2022 e pretende lançá-lo até o primeiro semestre de 2023.
O orientador da pesquisa, professor doutor Ricardo Cobucci, que é servidor no HMDA, ressalta que a ferramenta pode resultar, dentre outras coisas, na qualidade do leite humano doado. “O aplicativo pode impactar positivamente a saúde pública, pois busca trazer melhorias nos processos de coleta, avaliação da qualidade e pasteurização do alimento doado”, afirma Cobucci. Outra vantagem é que a tecnologia pretende facilitar a captação de novos doadores, segundo o coorientador da pesquisa, professor doutor Jan Erik. “O aplicativo terá, também, a finalidade de facilitar o cadastro dos doadores e dos que precisam do leite em um mesmo aplicativo. Dessa forma, cria-se uma rede de apoio, sendo mais uma facilidade para doação de leite materno”, frisa.
Parcerias
Recentemente, o projeto iniciou uma parceria de cooperação de desenvolvimento do sistema com o Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), por meio da professora doutora Anna Giselle, e com o Departamento de Fisioterapia da UFRN, na área de Saúde da Mulher, por meio da professora doutora Maria Thereza Micussi. Após a conclusão do desenvolvimento da ferramenta, o próximo passo será registrá-la em programa de computador e, então, buscar novas parcerias para custear a implantação do sistema, que inicialmente será realizada no banco de leite parnamirinense.
Para mais informações: www.unp.br.