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CORONAVÍRUS: O QUE SE SABE E O QUE AINDA É DÚVIDA SOBRE O NOVO VÍRUS

A nova epidemia de coronavírus já matou 259 pessoas na China e infectou mais de 11,8 mil. No Brasil, o Ministério da Saúde apontou, na sexta-feira (31), 12 casos suspeitos do novo coronavírus 2019 n-CoV.

Mas, por que este vírus está contaminando tantas pessoas? O G1 preparou um guia de da população sobre o coronavírus. Confira:

1. Qual é a origem do vírus?

  • O novo vírus é apontado como uma variação da família coronavírus. Os primeiros foram identificados em meados da década de 1960, de acordo com o Ministério da Saúde.
  • A variação originada na China foi nomeada oficialmente pela Organização Mundial de Saúde como “Doença Respiratória de 2019-nCoV” em 30 de janeiro. Ainda não está claro como ocorreu a mutação que permitiu o surgimento do novo vírus.
  • Outras variações mais antigas de coronavírus, como SARS-CoV e MERS-CoV, são conhecidas pelos cientistas. Eles também chegaram aos humanos por contato com animais: gatos, no caso da Sars, e dromedários, no vírus Mers.

2. Onde surgiram os primeiros casos?

  • A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu o primeiro alerta para a doença em 31 de dezembro de 2019, depois que autoridades chinesas notificaram casos de uma misteriosa pneumonia na cidade de Wuhan, metrópole chinesa com 11 milhões de habitantes, sétima maior cidade da China e a número 42 do mundo.
  • O tamanho é comparável com a cidade de São Paulo, que tem mais de 12 milhões de habitantes.
  • O surto inicial atingiu pessoas que tiveram alguma associação a um mercado de frutos do mar em Wuhan – o que despertou a suspeita de que a transmissão desta variação de coronavírus ocorreu entre animais marinhos e humanos. O mercado foi fechado para limpeza e desinfecção.

3 . O que é responsável pela transmissão?

  • Ainda não se sabe como se deu a primeira transmissão para humanos. A suspeita é que tenha sido por algum animal silvestre.
  • O tipo de animal e forma como a doença foi transmitida ainda são desconhecidos.
  • Uma hipótese é que o novo vírus esteja associado a animais marinhos. Entretanto, ao menos duas pesquisas apontam outras possibilidades: uma delas cita a cobra e, outra, os morcegos.

4. Onde estão as infecções?

  • A maioria dos casos está na China, mas há registros em dezenas de países em 4 continentes.
  • Na China, a doença foi registrada em todas as províncias do país, incluindo o Tibete, a última a registrar casos. A maior parte dos infectados, no entanto, estão na província central de Hubei.

Países com casos confirmados

  • China (+ Hong Kong, Macau, Taiwan)
  • Japão
  • Malásia
  • Singapura
  • Coreia do Sul
  • Tailândia
  • Vietnã
  • Nepal
  • Camboja
  • Sri Lanka
  • Emirados Árabes
  • Índia
  • Filipinas
  • Rússia
  • EUA
  • Canadá
  • França
  • Alemanha
  • Finlândia
  • Suécia
  • Itália
  • Reino Unido
  • Austrália
  • Espanha
FEPESIL/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

5. Onde ocorreu a primeira morte?

  • Na China, em 9 de janeiro. Um homem de 61 anos foi a primeira vítima. O paciente foi hospitalizado com dificuldades para respirar e pneumonia grave, e morreu após uma parada cardíaca. Naquele momento, 41 pessoas já haviam se infectado.

6. Que medidas foram adotadas para evitar a proliferação do vírus?

  • Ao menos dez localidades chinesas suspenderam a circulação do transporte público, uma medida para tentar evitar que o vírus se espalhe. Todas estão na província de Hubei.
  • É na província de Hubei que está Wuhan, cidade considerada epicentro da doença. Wuhan está sob quarentena. As outras cidades afetadas pela medida são Ezhou, Huanggang, Chibi, Xiantao, Zhijiang, Qianjiang, Huangshi, Xianning e Yichang. Em Wuhan, autoridades chinesas estão construindo um hospital com 1 mil leitos para atender os casos da doença.
  • O Ministério de Ciência e Tecnologia da China lançou oito projetos de pesquisa de emergência para ajudar a lidar com o mais recente surto de coronavírus no país.
  • Novo hospital, pesquisas de emergência, restrição de circulação: os esforços da China para combater a expansão do coronavírus
  • Pequim cancelou as comemorações do Ano Novo Chinês e suspendeu a entrada de turistas. As festividades, que seguem o calendário lunar, começariam na sexta-feira, 24 de janeiro, e durariam uma semana.

7. Como ocorre a transmissão?

  • As pesquisas apontam que a primeira transmissão ocorreu de animal para humano. E depois passou a ocorrer de pessoa para pessoa. O que ainda precisa ser esclarecido, de acordo com o infectologista Leonardo Weissmann, é a capacidade de transmissão.
  • “O vírus é da mesma família dos coronavírus, mas, por ser novo, não se sabe quão contagioso ele é. Sabemos só que as pessoas foram até o mercado da China. Mas qual é o nível de contágio? Pode ser só via aérea, secreções?” – Leonardo Weissmann. infectologista.
  • Cientistas do Colégio Imperial de Londres estimaram que a taxa de transmissão do novo coronavírus entre humanos é de duas a três pessoas para cada paciente infectado.
  • O relatório, divulgado em 25 de janeiro, é preliminar e foi feito a partir de modelos computacionais baseados em dados de epidemias anteriores. Outro ponto ainda a esclarecer está relacionado ao perfil dos pacientes.
  • Ao menos três estudos científicos já divulgados apontam que homens idosos com problemas de saúde são os mais vulneráveis. A idade média das primeiras vítimas era de 75 anos, segundo o Comitê Nacional de Saúde da República Popular da China.
  • Enquanto isso, um artigo divulgado na sexta (24) na revista “The Lancet” mostra que a maioria dos sobreviventes tem até 49 anos e é saudável.

8. Quais são os sintomas?

  • Foram identificados sintomas como febre, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar.
  • Em casos mais graves, há registro de pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda grave.

9. É um vírus que vem pra ficar ou vai “desaparecer”?

  • Não se sabe ainda. Alguns vírus, como o da catapora, não voltam a causar a doença novamente após uma primeira infecção.
  • No caso do vírus da zika, por exemplo, o corpo responde e a mesma pessoa não passa a ser afetada novamente, o que gera uma redução natural no número de casos.
  • A ciência ainda precisa estudar se o 2019-nCoV gera uma resposta imune definitiva ou se uma pessoa pode ser infectada mais de uma vez.

10. Há vacina disponível?

  • Ainda não há vacina disponível. A Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi) – grupo internacional para o controle de doenças – anunciou um fundo para apoiar três programas de desenvolvimento de vacinas contra o 2019-nCoV, o novo coronavírus.
  • A Rússia também informou que busca uma vacina para o vírus. Um grupo de cientistas americanos anunciou que deve começar a testar as vacinas em três meses.

11. Qual é o status de transmissão entre países?

  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira (30) que os casos do novo coronavírus 2019 n-CoV são uma emergência de saúde pública de interesse internacional, não pelo que ocorre na China, mas pelos registros em outros países. Com isso, uma ação coordenada de combate à doença deverá ser traçada entre diferentes autoridades e governos.
  • Esta foi a quinta vez que a organização decretou estado de emergência global para uma epidemia viral. As decisões anteriores foram tomadas para o zika vírus, a gripe H1N1, a poliomielite e o ebola.
  • A OMS diz que entende como “emergência pública internacional” apenas “eventos extraordinários”, quando há um risco para a saúde pública em outros países devido à propagação de doenças, exigindo uma ação coordenada.
  • Supõe uma situação “grave, repentina, incomum ou inesperada, que tem repercussões para a saúde pública além das fronteiras nacionais do Estado afetado e que pode exigir uma ação internacional imediata”.
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